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A Ciência tem Limites? (Parte III) |
John Horgan, Prigogine e outros proscritos
Numa época em que a tecnologia nos permite
fazer coisas antes consideradas ficção científica, torna-se necessário que o
“filósofo infunda a dúvida no cientista, para que a busca do conhecimento
continue.” Se isso não for feito, corre-se o risco de que a ciência volte-se
exclusivamente para a tecnologia, deixando de lado a “ciência pura”, aquela que
verdadeiramente faz avançar as descobertas e donde resultam as teorias
revolucionárias.
Segundo Horgan, um desses “instigadores” terá sido Karl Popper, que defendeu que “a ciência não pode ser resumida a um sistema lógico e formal”. Afirmando que a verdadeira ciência deveria ser sempre “falsificável” e, por conseguinte, “provisória”, Popper, no entanto, contraria aqueles que duvidam que não é possível encontrar nenhuma verdade. Ao contrário de Popper, Horgan diz que Thomas Kuhn é bem mais pessimista. Foi ele o responsável pela popularização do termo “paradigma”. Kuhn parece não acreditar que se possa encontrar “a resposta”: 1.º) Porque os cientistas não conseguem entender-se uns aos outros; 2.º) Porque ficam presos, cada um, nas suas próprias teorias. Por outro lado, para se praticar a “ciência pura”, será necessário reunirem-se certas condições sócio-económicas, o que estará tornando-se cada vez mais difícil. Seguindo nesta linha, Horgan aponta também Paul Feyerabend, o qual defende que “a actividade científica tem a capacidade de eliminar a diversidade de pensamentos humanos, ao eleger um paradigma como verdadeiro.” Mas o mais cáustico dos pensadores apontados por Horgan é o químico Ilya Prigonine (prémio Nobel da Química em 1977). Trata-se de um dos cientistas mais criticados pela comunidade científica que o acusava de ser arrogante e de apenas querer protagonismo. Afirmam que a sua contribuição para a ciência foi pequena ou nula em termos concretos, pois que se limitou a “recriar as experiências de outros e a filosofar sobre elas.” Essas acusações até podem ser verdadeiras, mas Prigogine também pode ter ganho a inimizade dos seus colegas por revelar o “segredo sujo da ciência do final do século XX: que ela está, em certo sentido, a cavar a sua própria cova.” Em Order out of Chaos (Ordem a partir do Caos), Prigogine mostrou que as principais descobertas científicas do século XX têm apenas adiado os limites da ciência. “Demonstrações de impossibilidade na relatividade, na mecânica quântica ou na termodinâmica, mostram-nos que a natureza não pode ser explicada ‘de fora’ como se o cientista fosse um mero observador”, isto é, um sujeito puramente imparcial e isento, o que implicará uma limitação intrínseca à própria actividade científica.
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