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O Desafio Global |
Normal 0 21 false false false MicrosoftInternetExplorer4 Partimos de um ponto difícil e estamos a trilhar uma via perigosa. No seu nível mais básico, a ciência é simples e clara. Desde a revolução industrial, temos estado a emitir gases com efeito de estufa a um ritmo que, em cada ano, é cada vez mais rápido e superior à capacidade de absorção do planeta, em especial durante o crescimento acelerado e energia-intensivo dos últimos sessenta anos. Os gases retêm o calor do Sol quando este é irradiado de volta pela Terra e causam o aquecimento global. Isto, por sua vez, causa as alterações climáticas, com impactos directos no nosso modo de vida. Continuar com as práticas actuais levar-nos-á, lá para o fim deste século, a um ponto em que é mais do que provável um aquecimento global, nas décadas subsequentes, de 5.ºC acima dos tempos pré-industriais. Aumentos de temperatura desta ordem de grandeza desorganizarão o clima e o ambiente tão gravemente que haverá movimentos em massa de população, conflito global e enormes migrações e dificuldade em resolver o problema dos "refugiados ambientais".
Segundo Stren, Normal 0 21 false false false MicrosoftInternetExplorer4 o perigo que provém das alterações climáticas não está somente, nem sequer primariamente, no calor. A maior parte dos danos provém da água ou da falta dela: tempestades, secas, cheias, subidas do nível do mar. Os níveis de aquecimento que nos arriscamos a atingir causarão profundos danos em todos os países do mundo, ricos e pobres. Uma transformação da geografia física do mundo altera também a geografia humana: onde vivemos e como vivemos as nossas vidas. A seriedade de um aumento de 5.ºC é clara quando percebemos que na última era glaciar, há cerca de 10.000 anos, o planeta era 5.ºC mais frio do que agora. A maior parte da Europa do Norte, a América do Norte e as latitudes correspondentes estavam debaixo de centenas de metros de gelo, com a vida humana centrada muito mais perto do equador. Temos de recuar 30 a 50 milhões de anos, ao período Eocénico, Normal 0 21 false false false MicrosoftInternetExplorer4 para encontrar temperaturas 5.ºC acima dos tempos pré-industriais. A parte emersa da Terra era então principalmente floresta pantanosa. Aumentos de temperatura desta escala, e as consequentes alterações climáticas levam a deslocações em massa, geram enormes e imprevisíveis vulnerabilidades e redesenham os padrões de habitabilidade. Não podem ser compreendidas em termos da diferença entre Estocolmo e Madrid, ou entre o Maine e a Florida, ou da ideia de que talvez precisemos apenas de um pouco mais de ar condicionado e defesas contra cheias . Normal 0 21 false false false MicrosoftInternetExplorer4 No núcleo da política económica deve estar o reconhecimento de que a emissão de gases de efeito de estufa é uma falha do mercado. Quando emitimos gases com efeito de estufa prejudicamos as perspectivas futuras de outros e, a menos que exista uma política apropriada, não suportamos os custos dos prejuízos. Os mercados falham, então, no sentido em que o seu principal mecanismo de coordenação – os preços – transmite sinais errados. Ou seja, os preços – da gasolina ou do alumínio produzidos com energia suja, por exemplo – não reflectem o verdadeiro custo para a sociedade que resulta de produzir e utilizar esses bens. Na linguagem dos economistas, o custo social de produção e consumo excede o custo privado, de tal modo que os mercados sem intervenção política levarão a que demasiados desses bens sejam produzidos e consumidos. Produzindo e consumindo menos desses produtos substituindo-os por outros, criamos ganhos económicos que nos podem pôr a todos em melhor situação. Mercados com falhas não corrigidas levam a ineficiência e desperdício. Normal 0 21 false false false MicrosoftInternetExplorer4 As falhas de mercado tomam muitas formas e grande parte da política económica tem que ver com a sua correcção. As mais destacadas são a falta de informação, abuso do poder de mercado e “externalidades”. Uma externalidade surge quando a acção de uma pessoa ou empresa afecta directamente as perspectivas de outra – despejar lixo tóxico nos rios, construir um “mamarracho” ou fumar num restaurante, por exemplo. As emissões são claramente uma externalidade e, portanto, são uma falha dos mercados, mas o seu impacto é diferente de, digamos, congestionamento do tráfego ou poluição local, em quatro aspectos fundamentais: a externalidade é de longo prazo; e global; envolve incertezas muito grandes; e é potencialmente de muito larga escala. As emissões de gases com efeito de estufa constituem a maior falha de mercado que o mundo já viu. Portanto, no núcleo da análise económica deve estar: a ética dos valores tanto dentro como entre gerações; colaboração internacional; uma apreciação do risco; e mudanças muito para lá de pequenos ajustes, ou de “incrementos marginais”, no jargão tão apreciado pelos economistas. Grande parte da análise das alterações climáticas ao longo das últimas duas décadas tem sido profundamente enganadora porque não prestou, ou no melhor dos casos, prestou pouca atenção a algumas ou a todas estas questões. Normal 0 21 false false false MicrosoftInternetExplorer4 Nicholas Stern , O Desafio Global, Esfera do Caos; 2009. pp. 31-35 Normal 0 21 false false false MicrosoftInternetExplorer4 |
Actualizado em Segunda, 30 Janeiro 2012 14:01 |
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